Funcionários sem receber seus salários do mês de junho no Hospital Santa Teresinha.

Hoje já é dia 09/07/2015 e pela primeira vez, depois de passados mais de  09 (nove) anos que o hospital está sob nova administração, ainda não conseguiu efetuar o pagamento dos salários de seus colaboradores, quantia indispensável para que possam honrar seus compromissos pessoais e tão merecida após mais um mês de serviços prestados a população, com dedicação e respeito.

Enquanto o Brasil enfrenta a maior crise financeira já vivenciada na saúde dos últimos 20 anos, Estado e Municípios justificam a falta de pagamento dos serviços já prestados pelo Hospital no argumento singelo de que não há recursos disponíveis para quitar os débitos apresentados mensalmente aos gestores públicos. Preocupada com o caos financeiro em que o hospital está mergulhando e para evitar que atinja patamares que tornem impossível a manutenção dos serviços básicos, no dia 16/06/2015, a Diretoria do Hospital convidou prefeitos, secretários de saúde, representantes do Conselho Municipal de Saúde, Ministério Público, Médicos Plantonistas, Assessoria Jurídica, Diretor Técnico e Diretor Clínico do Hospital,  para  participar de reunião onde foram apresentados os números que representam o custo mensal para manutenção do pronto socorro, os quais vão muito além dos valores repassados pelo estado e municípios. Todavia, apesar de a direção insistir diariamente, até esta data nenhum dos prefeitos ou secretários de saúde assumiram qualquer compromisso financeiro que possa minimizar o prejuízo absorvido pelo Hospital e que supera  o montante de R$ 100.000,00 (cem mil reais) mensais, valor que compromete significativamente a arrecadação do mesmo período. Porque a diretoria em nenhum momento se afasta das suas responsabilidades e com o objetivo de deixar clara a situação dramática enfrentada pelo Hospital, por duas vezes consecutivas, a última em 02/07/2015, foram agendadas audiências com o secretário de Estado da Saúde, Senhor João Paulo Kleinubing, ocasião em que mais uma vez tentou-se sensibilizá-lo da necessidade e urgência em rever os valores que atualmente são repassados pelo Estado para a manutenção do pronto socorro, os quais representam a ínfima quantia mensal de R$ 31.883,79  (trinta e um mil, oitocentos e oitenta e três reais e setenta e nove centavos) enquanto que o serviço já custa mais de R$ 194.000.00 (cento e noventa e quatro mil reais) por mês. Porém, até este momento ele não manifestou qualquer possibilidade de rever e renegociar a contratualização dos serviços prestados pelo Hospital Santa Teresinha ao Estado. Também, depois do quadro exposto, o secretário de Estado da Saúde assumiu o compromisso de quitar o débito acumulado nos últimos 03 (três) meses e que já alcança o valor de R$ 261.315,76 (duzentos e sessenta e um reais, trezentos e quinze reais e setenta e seis centavos) referentes ao incentivo a contratualização, cirurgias eletivas de campanha e alta complexidade (Serviço hospitalar e honorário médico), o que também ainda não aconteceu, embora tenha assumido o compromisso de até a última quarta-feira (08 de julho), apontar alguma solução para o problema, considerando a urgência que a situação requer. O município de Grão Pará acumula débito que chega no patamar de R$ 95.900,00 (noventa e cinco mil reais), relativos ao plantão do pronto socorro, sobreaviso médico e serviços prestados. Em relação ao município de São Ludgero, considerando que mantém pronto atendimento próprio, a direção solicitou o valor anual de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais) a título de colaboração para o pagamento do plantão, considerando que mantém pronto atendimento próprio. Porém, até este momento não houve negociação no sentido de serem estabelecidas as bases dos documentos necessários para a legitimação dos repasses, salientando-se que em relação ao sobreaviso, os pagamentos estão em dia. No que se refere ao município de Rio Fortuna, acumula débito correspondente a R$ 4.000,00 (quatro mil reais) de sobreaviso, mais R$ 14.476,00 por outros serviços prestados (SADT). Embora o município de Braço do Norte esteja em dia com os pagamentos do plantão e sobreaviso, não se manifestou favorável em reajustar os valores do plantão (Oficio n. 0214/2014) uma vez que 75% dos atendimentos realizados no Pronto Socorro são pacientes deste município. Diante de tudo o que foi exposto, tem-se que o somatório dos recursos em atraso chega ao valor final de R$ 420.691,76 (quatrocentos e vinte mil, seiscentos e noventa e um reais e setenta e seis centavos), suficiente para o pagamento dos salários dos funcionários (125), cujo o montante líquido não ultrapassa o valor de R$ 192.000,00 (cento e noventa e dois mil reais). O município de Santa Rosa de Lima honra rigorosamente seus compromissos com o Hospital. Esta situação foge da capacidade de gestão da diretoria, que tem diuturnamente pedido e reiterado aos gestores públicos que paguem pelos serviços realizados, a fim de que o Hospital possa também honrar as suas obrigações. Destaca-se que várias vezes a diretoria já advertiu os responsáveis pela gestão dos recursos públicos que a demora no pagamento dos serviços prestados poderá culminar com a completa impossibilidade de continuação do atendimento aos pacientes que recorrem ao Hospital e que tem nele a única porta de acesso ao serviço do SUS. Infelizmente os responsáveis pelos repasses e aqueles a quem compete defender os interesses da população transferem para o Hospital Santa Teresinha as obrigações que são suas, além de tecer comentários, críticas severas e inverídicas contra quem de fato dedica toda sua força física e intelectual na busca de solução para a crise de modo a garantir que todos, indistintamente, sejam atendidos com o respeito e a dignidade que merecem.

RECEITA X DESPESA DO PRONTO SOCORRO/2015

DESINTERESSE

Na data de 11/06/2015 foi entregue na secretaria da Câmara de vereadores de Braço do Norte documento dirigido ao Presidente Mário Jorge, convidando todos os vereadores para participarem da reunião que ocorreu no dia 16/06/2015, a fim de tomarem conhecimento dos fatos ali apresentados pelo Hospital Santa Teresinha, porém nenhum deles marcou presença.

Embora o município de São Ludgero nada contribui com o pagamento do plantão, o atendimento do HST tem sido alvo de críticas pelos vereadores que parecem desconhecerem os fatos…